sábado, 28 de novembro de 2009

PROJETO ESCRITORES MIRINS

ESTADO DO MATO GROSSO
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
ESCOLA MUNICIPAL JOÃO PONCE DE ARRUDA


ESCRITORES MIRINS



Projeto realizado como exigência parcial de conclusão do Curso GESTAR II, coordenado pela professora Janete Furtak, orientado pela coordenadora Cintya Faleiro Antunes, desenvolvido com os alunos do 7º Ano, do Ensino Fundamental e supervisionado pela formadora Neuzeli Marques Nóbrega.





INTRODUÇÃO

Alunos bem sucedidos, universitários brilhantes e até professores graduados, que dominam com excelência a língua na oralidade, muitas vezes, sentem-se inativos diante de um tema e de uma folha em branco na qual precisam transmitir uma mensagem escrita.
Sem dúvida, a comunicação escrita representa, para a maioria das pessoas, um obstáculo nas mais diversas situações, ocasionando reprovação nas instituições de ensino, nos vestibulares e nos concursos públicos, ferindo a auto-estima, gerando insegurança e sentimento de incapacidade.
Durante o tempo em que passam na escola (Ensino Fundamental e Médio), as pessoas/crianças deparam-se com inúmeras situações em que são estimuladas a expressar suas ideias de forma escrita. Mas, por razões diversas, essas produções textuais, na maioria das vezes, pouco contribuem para desenvolver as habilidades necessárias para um bom produtor de textos escritos.
Temas e gêneros repetitivos, falta de tempo, correções inadequadas, e, principalmente, falta de objetivos claros que motivem essas produções e o destino dado a elas, fazem com que os alunos saiam da escola com pouquíssima bagagem no que tange a escrita e professores de língua materna fiquem cada vez mais preocupados com essa situação.
O que fazer para mudar essa realidade? Mudar a prática pedagógica, trazendo para a sala de aula propostas diferenciadas e concretas de trabalho, oferecendo aos alunos atividades dinâmicas de leitura e produção textual, com objetivos claros e definidos, servindo-se dos mais diversos gêneros textuais.
Ações como o Projeto GESTAR II vem auxiliar o professor nessa mudança, apresentando atividades que oportunizem práticas mais consistentes e prazerosas, tanto para alunos como para educadores.


JUSTIFICATIVA

Como sabemos a sociedade vem evoluindo rapidamente, junto a esse crescimento, passamos por profundas transformações sócio-culturais. Entre elas podemos destacar a desvalorização da leitura e da escrita. Fato comprovado por recentes pesquisas e observado nas universidades, pois a maioria dos jovens egressos do Ensino Médio sai da escola sem saber ler, interpretar, ter opinião crítica e, consequentemente, sem produzir bons textos.
Dessa forma, a sociedade moderna encontra-se em dívida para com a leitura e a escrita. Não se tratando apenas de uma convivência, mas de uma depreciação cultural, pois hoje damos muito mais importância à linguagem oral e no que encontramos pronto na Internet. Dessa maneira, deixamos passar despercebido que ao longo da nossa história tudo o que precisava ser preservado, conhecido repassado às pessoas devido a sua importância e valor foi validado através do registro escrito.

É inegável que os modernos meios de comunicação nos permitam um maior conhecimento acerca do mundo. No entanto, estes meios de comunicação nos apresentam os fatos sem nos dar chance de usarmos o nosso raciocínio. A quantidade de informações é tão grande que não temos de refletir sobre os acontecimentos. Desta forma, nós passamos a conhecer melhor o mundo, porém sem entendê-lo. (QUEIROZ, 1999, 17).

Nesse sentido, o presente trabalho pretende contribuir, incentivar o aluno a ler e produzir textos, proporcionando-lhe momentos diferentes de aprendizagem, com aulas mais dinâmicas, coletivas, significativas e contextualizadas, onde o mesmo poderá, na prática, colocar o que aprendeu em sala, empregando os diferentes gêneros textuais, bem como os elementos que os compõem, estabelecendo relações entre seus componentes e os elementos estruturais que dão forma e função ao texto.



OBJETIVOS:

GERAL:

Melhorar a produção textual dos alunos (progressão, estrutura), bem como fazer com que conheçam os diversos gêneros textuais e suas especificidades.

ESPECÍFICOS:

· Aprimorar a progressão textual.
· Aperfeiçoar o uso dos sinais de pontuação e dos parágrafos.
· Conhecer e explorar as características e o uso social de cada gênero textual a ser estudado.
· Estimular a criatividade dos alunos, através da criação e do hábito de escrever e o interesse pelos livros.
· Proporcionar trabalhos em grupo exercitando a parceria e a amizade.
· Apresentar para as crianças um novo universo: como se produz um livro.
· Criar afinidades com computadores e Editores de Texto (sugerimos Broffice writter).
· Desenvolver a auto-estima, através da apresentação dos trabalhos para a comunidade escolar.



FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A aquisição da habilidade escrita é uma ferramenta que garante a capacidade cognitiva de expressar o que pensamos e faz com que nos tornemos sujeitos eficientemente interativos. Escrever não pode significar simplesmente a utilização de um recurso alfabético. Escrever é produzir, é, sem dúvida, a faculdade de expressar sentimentos, pensamentos, ideais e valores.
O ato de produzir um texto requer conhecimento técnico para torná-lo coerente acerca da temática que o texto irá tratar. Quando o aluno aprende a produzir textos é que se percebe que ele chegou, realmente, a uma conscientização de como funciona a língua e todos os recursos da oralidade que deverão ser então, traduzidos e aplicados na escrita.
Há determinadas situações na vida cotidiana que exigem que o indivíduo seja avaliado segundo a qualidade da sua produção textual. Além da parte técnica, o aluno deve ter domínio do tema, um vocabulário coerente com a exigência da situação, e ter objetividade e clareza nas suas idéias.
O conhecimento das técnicas de redação por si só não basta para fazer com que o aluno redija de maneira eficiente. Ele deve buscar informações, enriquecer suas ideias com leituras significativas, pois como é de conhecimento de todos, pessoas que escrevem mal leem pouco, o que, consequentemente, leva a uma clara insuficiência vocabular.
Porém não aprendemos verdadeiramente a ler lendo e a escrever escrevendo, mas aprendemos a ler escrevendo e a escrever lendo. Isso porque a leitura e a escrita estabelecem uma relação de interdependência para seu efetivo desenvolvimento. E para que ambas as atividades sejam apreendidas, faz-se necessário que a escola trabalhe de maneira significativa, com diferentes gêneros textuais como, por exemplo: histórias em quadrinhos, piadas, receitas culinárias, poemas, reportagens, artigos de opinião, entre outros, que fazem parte do cotidiano do aluno, fora da escola.
Faz-se necessário então, trazer essa variedade de textos para dentro da escola, uma vez que a mesma detém o status de desenvolver modalidades de pensamento, tem o papel insubstituível na apropriação da experiência culturalmente construída e por deter o compromisso de tornar acessível o conhecimento organizado, é função da mesma permitir aos alunos o acesso a esses diferentes objetos que possuem relevância cultural.
A função da escola é introduzir a criança no mundo da escrita, tornando-a um cidadão funcionalmente letrado, isto é, um sujeito capaz de fazer uso da linguagem escrita para sua necessidade individual de crescer cognitivamente e para atender às varias demandas de uma sociedade que prestigia esse tipo de linguagem como um dos instrumentos de comunicação.(KATO, 1986, p.7)

É importante ressaltar que aprender a expressar o pensamento através da escrita envolve o desenvolvimento do controle sobre as formas mais adequadas para os propósitos mais específicos da língua escrita. A escrita tem normas próprias, como regras de ortografia, pontuação, concordância, regência e acentuação. Entretanto, a utilização dessas regras e de outros recursos da norma escrita não garante o sucesso de um texto escrito, pois é necessário também que haja uma interação entre o produtor do texto e seu receptor. Desse modo aquele que escreve deve produzir o texto com clareza, dominando os recursos específicos da modalidade escrita, pois não está com ele o seu interlocutor. E a leitura é o meio através do qual o aluno conseguirá efetivar-se como bom produtor de textos, pois para se escrever um bom texto é necessário ter uma leitura ativa. Sobre esse assunto Barros faz uma definição do texto de grande relevância:

Um texto define-se de duas formas que se complementam: pela organização ou estruturação que faz dele um todo de sentido, como objeto da comunicação que se estabelece entre um destinador e um destinatário. Tornando-se assim, um objeto de significação, e como objeto de comunicação entre dois sujeitos. (BARROS, 1999, p.7)

Como já exposto, a leitura, a compreensão e a produção escrita são as grandes deficiências do ensino no Brasil oriundas de alguns fatores relevantes que contribuem para tais inabilidades essenciais para a formação de cidadãos críticos, com opiniões coerentes, verdadeiramente letrados. Entre tantos fatores, destacamos:
- Falta de bibliotecas com acervo de qualidade ou mau e/ou não uso das mesmas.
- Pouca atividade de leitura e menos ainda de escrita no dia-a-dia e na escola.
- A leitura e a escrita não são compromissos de todas as áreas de conhecimento.
- A busca pelo “passar de ano” na escola, universidade, relegando a um segundo plano a verdadeira aquisição do conhecimento que se dá através do exercício da leitura e da escrita.
- Pouca atividade prática e pouca leitura de mundo.
- Professores despreparados e/ou incrédulos com efetivo trabalho de leitura e produção escrita, que fogem da real necessidade do aluno.
- Deficiências na política de ensino.
- Falta de interesse, rebeldia, falta às aulas, apatia por parte de muitos alunos.
Observada a ineficiência da produção de texto escrito dos alunos em todos os níveis de ensino, inclusive universitário, e levando em consideração as causas aqui apontadas, sugere-se aos professores de todas as áreas do conhecimento, proporcionar aos alunos atividades onde os mesmos possam aplicar técnicas de leitura e de produção textual. Entre essas atividades, destacamos: identificação e aplicação de elementos de coesão, desenvolvimento e conclusão de parágrafos, destaque de ideias centrais, aplicação de autoquestionamento, elaboração de paráfrase, resumo, resenha, pontos de vista, entre outros.
Entretanto ressaltamos que não existem regras prontas para uma produção escrita que atenda os padrões da norma culta, mas escreve-se bem a partir da regularidade da leitura e da prática escrita, uma vez que as mesmas proporcionam a aquisição dos vocábulos e da estrutura do código escrito.
Isso equivale a dizer que a prática de realizar constantemente o exercício da expressão escrita faz com que o aluno faça a reflexão sobre a sua ação. Para que isso aconteça, o professor deve organizar sua aula com atividades que chamem a atenção do aluno e que o tornem participantes das atividades linguísticas desenvolvidas em classe.


METODOLOGIA

O presente projeto desenvolver-se-á em cinco fases distintas, porém interligadas.

1ª – Apresentação oral da proposta de trabalho, onde a professora conversará com os alunos explicando a ideia do projeto, bem como todos os passos para a sua produção.

2ª – Divisão das equipes de trabalho (grupos de autores). Os grupos serão determinados pela professora levando em consideração a necessidade da heterogeneidade dos componentes, a fim de garantir a contribuição de todos os envolvidos.

3ª – Elaboração do livro (processo de produção textual). A produção textual será de inteira responsabilidade dos grupos, obviamente acompanhados pela professora, que fará as intervenções necessárias. O tema será livre por acreditarmos que é muito mais fácil escrever sobre um assunto de que gostamos. Essa atitude no momento da produção textual deixa o aluno mais familiarizado com o ato de escrever. Todavia, dentro do corpo do texto narrativo, os autores deverão inserir outros gêneros textuais (receita culinária, piada, poema, reportagem).

4ª – Revisão, ilustração e digitação. Essa fase dependerá do trabalho interdisciplinar na escola. A professora de Língua Portuguesa fará a revisão do livro junto com os autores, orientando-os de como aperfeiçoar a produção. Já durante as aulas de Artes, as ilustrações serão realizadas de acordo com os capítulos produzidos. Por fim, o técnico em Informática preparará os computadores – editores de textos – para que os pequenos escritores, juntamente com a professora coordenadora do projeto, digitem toda a produção, dando corpo ao livro.

5º - Culminância – Tarde de autógrafos



CRONOGRAMA

O trabalho será desenvolvido entre os meses de maio e dezembro, durante as aulas de Língua Portuguesa.



RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS

Alunos do 7º Ano
Professora de Língua Portuguesa
Professora de Artes
Técnico de Informática
Laboratório de Informática
Impressora
Scaner
Internet
Material de escrita e desenho (papel, lápis, borracha, entre outros)



CONCLUSÃO

Conforme exposto anteriormente, a produção escrita, a leitura e a interpretação são trabalhos indissociáveis e indispensáveis para o enriquecimento e o desenvolvimento do alunado, seja ele de qualquer nível e/ou instituição educacional. Portanto, saber ler e escrever com coerência são habilidades adquiridas na escola, uma vez que ela é o espaço responsável para o aprendizado sistematizado.
Por isso, cabe ao professor refletir sobre sua ação pedagógica. Porém não basta apenas refletir, faz-se necessário praticar, pois de nada adianta discursar sobre a necessidade do trabalho com a produção escrita, a importância da leitura e da interpretação se tais atividades não são desenvolvidas em sala de aula de maneira dinâmica e prazerosa, pois uma metodologia inadequada pode levar o aluno ao fracasso.
Mesmo porque, ainda que os alunos tenham o conhecimento de vários conceitos, não quer dizer que saberão aplicá-los. Para isso é preciso que o professor habilite os alunos a utilizá-los, oportunizando boas leituras w momentos de produção, análise, interpretação e reestruturação, transcendendo a prática do saber empírico, proporcionando o saber fazer que é a forma como o aluno adquire conhecimentos e constrói sua aprendizagem, desenvolvendo suas capacidades e potencialidades através do raciocínio.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. 5 Ed., São Paulo: Ática, 1995.

BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria Semiótica do Texto. 4 ed. , São Paulo: Ática, 1999.

MAROTE, João Teodoro D’Olim & FERRO, Gláucia D’Olim Marote. Didática da Língua Portuguesa. 10 ed., São Paulo: Ática, 1998.

BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? Um convite à pesquisa.2 ed., São Paulo: Parábola Editorial, 2001.




Um comentário:

  1. Janete seu projeto ficou ótimo, mas onde está o resultado do seu trabalho com os livros, aquela culminância maravilhosa!!!Bjs

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