sábado, 28 de novembro de 2009

PROJETO ESCRITORES MIRINS

ESTADO DO MATO GROSSO
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
ESCOLA MUNICIPAL JOÃO PONCE DE ARRUDA


ESCRITORES MIRINS



Projeto realizado como exigência parcial de conclusão do Curso GESTAR II, coordenado pela professora Janete Furtak, orientado pela coordenadora Cintya Faleiro Antunes, desenvolvido com os alunos do 7º Ano, do Ensino Fundamental e supervisionado pela formadora Neuzeli Marques Nóbrega.





INTRODUÇÃO

Alunos bem sucedidos, universitários brilhantes e até professores graduados, que dominam com excelência a língua na oralidade, muitas vezes, sentem-se inativos diante de um tema e de uma folha em branco na qual precisam transmitir uma mensagem escrita.
Sem dúvida, a comunicação escrita representa, para a maioria das pessoas, um obstáculo nas mais diversas situações, ocasionando reprovação nas instituições de ensino, nos vestibulares e nos concursos públicos, ferindo a auto-estima, gerando insegurança e sentimento de incapacidade.
Durante o tempo em que passam na escola (Ensino Fundamental e Médio), as pessoas/crianças deparam-se com inúmeras situações em que são estimuladas a expressar suas ideias de forma escrita. Mas, por razões diversas, essas produções textuais, na maioria das vezes, pouco contribuem para desenvolver as habilidades necessárias para um bom produtor de textos escritos.
Temas e gêneros repetitivos, falta de tempo, correções inadequadas, e, principalmente, falta de objetivos claros que motivem essas produções e o destino dado a elas, fazem com que os alunos saiam da escola com pouquíssima bagagem no que tange a escrita e professores de língua materna fiquem cada vez mais preocupados com essa situação.
O que fazer para mudar essa realidade? Mudar a prática pedagógica, trazendo para a sala de aula propostas diferenciadas e concretas de trabalho, oferecendo aos alunos atividades dinâmicas de leitura e produção textual, com objetivos claros e definidos, servindo-se dos mais diversos gêneros textuais.
Ações como o Projeto GESTAR II vem auxiliar o professor nessa mudança, apresentando atividades que oportunizem práticas mais consistentes e prazerosas, tanto para alunos como para educadores.


JUSTIFICATIVA

Como sabemos a sociedade vem evoluindo rapidamente, junto a esse crescimento, passamos por profundas transformações sócio-culturais. Entre elas podemos destacar a desvalorização da leitura e da escrita. Fato comprovado por recentes pesquisas e observado nas universidades, pois a maioria dos jovens egressos do Ensino Médio sai da escola sem saber ler, interpretar, ter opinião crítica e, consequentemente, sem produzir bons textos.
Dessa forma, a sociedade moderna encontra-se em dívida para com a leitura e a escrita. Não se tratando apenas de uma convivência, mas de uma depreciação cultural, pois hoje damos muito mais importância à linguagem oral e no que encontramos pronto na Internet. Dessa maneira, deixamos passar despercebido que ao longo da nossa história tudo o que precisava ser preservado, conhecido repassado às pessoas devido a sua importância e valor foi validado através do registro escrito.

É inegável que os modernos meios de comunicação nos permitam um maior conhecimento acerca do mundo. No entanto, estes meios de comunicação nos apresentam os fatos sem nos dar chance de usarmos o nosso raciocínio. A quantidade de informações é tão grande que não temos de refletir sobre os acontecimentos. Desta forma, nós passamos a conhecer melhor o mundo, porém sem entendê-lo. (QUEIROZ, 1999, 17).

Nesse sentido, o presente trabalho pretende contribuir, incentivar o aluno a ler e produzir textos, proporcionando-lhe momentos diferentes de aprendizagem, com aulas mais dinâmicas, coletivas, significativas e contextualizadas, onde o mesmo poderá, na prática, colocar o que aprendeu em sala, empregando os diferentes gêneros textuais, bem como os elementos que os compõem, estabelecendo relações entre seus componentes e os elementos estruturais que dão forma e função ao texto.



OBJETIVOS:

GERAL:

Melhorar a produção textual dos alunos (progressão, estrutura), bem como fazer com que conheçam os diversos gêneros textuais e suas especificidades.

ESPECÍFICOS:

· Aprimorar a progressão textual.
· Aperfeiçoar o uso dos sinais de pontuação e dos parágrafos.
· Conhecer e explorar as características e o uso social de cada gênero textual a ser estudado.
· Estimular a criatividade dos alunos, através da criação e do hábito de escrever e o interesse pelos livros.
· Proporcionar trabalhos em grupo exercitando a parceria e a amizade.
· Apresentar para as crianças um novo universo: como se produz um livro.
· Criar afinidades com computadores e Editores de Texto (sugerimos Broffice writter).
· Desenvolver a auto-estima, através da apresentação dos trabalhos para a comunidade escolar.



FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A aquisição da habilidade escrita é uma ferramenta que garante a capacidade cognitiva de expressar o que pensamos e faz com que nos tornemos sujeitos eficientemente interativos. Escrever não pode significar simplesmente a utilização de um recurso alfabético. Escrever é produzir, é, sem dúvida, a faculdade de expressar sentimentos, pensamentos, ideais e valores.
O ato de produzir um texto requer conhecimento técnico para torná-lo coerente acerca da temática que o texto irá tratar. Quando o aluno aprende a produzir textos é que se percebe que ele chegou, realmente, a uma conscientização de como funciona a língua e todos os recursos da oralidade que deverão ser então, traduzidos e aplicados na escrita.
Há determinadas situações na vida cotidiana que exigem que o indivíduo seja avaliado segundo a qualidade da sua produção textual. Além da parte técnica, o aluno deve ter domínio do tema, um vocabulário coerente com a exigência da situação, e ter objetividade e clareza nas suas idéias.
O conhecimento das técnicas de redação por si só não basta para fazer com que o aluno redija de maneira eficiente. Ele deve buscar informações, enriquecer suas ideias com leituras significativas, pois como é de conhecimento de todos, pessoas que escrevem mal leem pouco, o que, consequentemente, leva a uma clara insuficiência vocabular.
Porém não aprendemos verdadeiramente a ler lendo e a escrever escrevendo, mas aprendemos a ler escrevendo e a escrever lendo. Isso porque a leitura e a escrita estabelecem uma relação de interdependência para seu efetivo desenvolvimento. E para que ambas as atividades sejam apreendidas, faz-se necessário que a escola trabalhe de maneira significativa, com diferentes gêneros textuais como, por exemplo: histórias em quadrinhos, piadas, receitas culinárias, poemas, reportagens, artigos de opinião, entre outros, que fazem parte do cotidiano do aluno, fora da escola.
Faz-se necessário então, trazer essa variedade de textos para dentro da escola, uma vez que a mesma detém o status de desenvolver modalidades de pensamento, tem o papel insubstituível na apropriação da experiência culturalmente construída e por deter o compromisso de tornar acessível o conhecimento organizado, é função da mesma permitir aos alunos o acesso a esses diferentes objetos que possuem relevância cultural.
A função da escola é introduzir a criança no mundo da escrita, tornando-a um cidadão funcionalmente letrado, isto é, um sujeito capaz de fazer uso da linguagem escrita para sua necessidade individual de crescer cognitivamente e para atender às varias demandas de uma sociedade que prestigia esse tipo de linguagem como um dos instrumentos de comunicação.(KATO, 1986, p.7)

É importante ressaltar que aprender a expressar o pensamento através da escrita envolve o desenvolvimento do controle sobre as formas mais adequadas para os propósitos mais específicos da língua escrita. A escrita tem normas próprias, como regras de ortografia, pontuação, concordância, regência e acentuação. Entretanto, a utilização dessas regras e de outros recursos da norma escrita não garante o sucesso de um texto escrito, pois é necessário também que haja uma interação entre o produtor do texto e seu receptor. Desse modo aquele que escreve deve produzir o texto com clareza, dominando os recursos específicos da modalidade escrita, pois não está com ele o seu interlocutor. E a leitura é o meio através do qual o aluno conseguirá efetivar-se como bom produtor de textos, pois para se escrever um bom texto é necessário ter uma leitura ativa. Sobre esse assunto Barros faz uma definição do texto de grande relevância:

Um texto define-se de duas formas que se complementam: pela organização ou estruturação que faz dele um todo de sentido, como objeto da comunicação que se estabelece entre um destinador e um destinatário. Tornando-se assim, um objeto de significação, e como objeto de comunicação entre dois sujeitos. (BARROS, 1999, p.7)

Como já exposto, a leitura, a compreensão e a produção escrita são as grandes deficiências do ensino no Brasil oriundas de alguns fatores relevantes que contribuem para tais inabilidades essenciais para a formação de cidadãos críticos, com opiniões coerentes, verdadeiramente letrados. Entre tantos fatores, destacamos:
- Falta de bibliotecas com acervo de qualidade ou mau e/ou não uso das mesmas.
- Pouca atividade de leitura e menos ainda de escrita no dia-a-dia e na escola.
- A leitura e a escrita não são compromissos de todas as áreas de conhecimento.
- A busca pelo “passar de ano” na escola, universidade, relegando a um segundo plano a verdadeira aquisição do conhecimento que se dá através do exercício da leitura e da escrita.
- Pouca atividade prática e pouca leitura de mundo.
- Professores despreparados e/ou incrédulos com efetivo trabalho de leitura e produção escrita, que fogem da real necessidade do aluno.
- Deficiências na política de ensino.
- Falta de interesse, rebeldia, falta às aulas, apatia por parte de muitos alunos.
Observada a ineficiência da produção de texto escrito dos alunos em todos os níveis de ensino, inclusive universitário, e levando em consideração as causas aqui apontadas, sugere-se aos professores de todas as áreas do conhecimento, proporcionar aos alunos atividades onde os mesmos possam aplicar técnicas de leitura e de produção textual. Entre essas atividades, destacamos: identificação e aplicação de elementos de coesão, desenvolvimento e conclusão de parágrafos, destaque de ideias centrais, aplicação de autoquestionamento, elaboração de paráfrase, resumo, resenha, pontos de vista, entre outros.
Entretanto ressaltamos que não existem regras prontas para uma produção escrita que atenda os padrões da norma culta, mas escreve-se bem a partir da regularidade da leitura e da prática escrita, uma vez que as mesmas proporcionam a aquisição dos vocábulos e da estrutura do código escrito.
Isso equivale a dizer que a prática de realizar constantemente o exercício da expressão escrita faz com que o aluno faça a reflexão sobre a sua ação. Para que isso aconteça, o professor deve organizar sua aula com atividades que chamem a atenção do aluno e que o tornem participantes das atividades linguísticas desenvolvidas em classe.


METODOLOGIA

O presente projeto desenvolver-se-á em cinco fases distintas, porém interligadas.

1ª – Apresentação oral da proposta de trabalho, onde a professora conversará com os alunos explicando a ideia do projeto, bem como todos os passos para a sua produção.

2ª – Divisão das equipes de trabalho (grupos de autores). Os grupos serão determinados pela professora levando em consideração a necessidade da heterogeneidade dos componentes, a fim de garantir a contribuição de todos os envolvidos.

3ª – Elaboração do livro (processo de produção textual). A produção textual será de inteira responsabilidade dos grupos, obviamente acompanhados pela professora, que fará as intervenções necessárias. O tema será livre por acreditarmos que é muito mais fácil escrever sobre um assunto de que gostamos. Essa atitude no momento da produção textual deixa o aluno mais familiarizado com o ato de escrever. Todavia, dentro do corpo do texto narrativo, os autores deverão inserir outros gêneros textuais (receita culinária, piada, poema, reportagem).

4ª – Revisão, ilustração e digitação. Essa fase dependerá do trabalho interdisciplinar na escola. A professora de Língua Portuguesa fará a revisão do livro junto com os autores, orientando-os de como aperfeiçoar a produção. Já durante as aulas de Artes, as ilustrações serão realizadas de acordo com os capítulos produzidos. Por fim, o técnico em Informática preparará os computadores – editores de textos – para que os pequenos escritores, juntamente com a professora coordenadora do projeto, digitem toda a produção, dando corpo ao livro.

5º - Culminância – Tarde de autógrafos



CRONOGRAMA

O trabalho será desenvolvido entre os meses de maio e dezembro, durante as aulas de Língua Portuguesa.



RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS

Alunos do 7º Ano
Professora de Língua Portuguesa
Professora de Artes
Técnico de Informática
Laboratório de Informática
Impressora
Scaner
Internet
Material de escrita e desenho (papel, lápis, borracha, entre outros)



CONCLUSÃO

Conforme exposto anteriormente, a produção escrita, a leitura e a interpretação são trabalhos indissociáveis e indispensáveis para o enriquecimento e o desenvolvimento do alunado, seja ele de qualquer nível e/ou instituição educacional. Portanto, saber ler e escrever com coerência são habilidades adquiridas na escola, uma vez que ela é o espaço responsável para o aprendizado sistematizado.
Por isso, cabe ao professor refletir sobre sua ação pedagógica. Porém não basta apenas refletir, faz-se necessário praticar, pois de nada adianta discursar sobre a necessidade do trabalho com a produção escrita, a importância da leitura e da interpretação se tais atividades não são desenvolvidas em sala de aula de maneira dinâmica e prazerosa, pois uma metodologia inadequada pode levar o aluno ao fracasso.
Mesmo porque, ainda que os alunos tenham o conhecimento de vários conceitos, não quer dizer que saberão aplicá-los. Para isso é preciso que o professor habilite os alunos a utilizá-los, oportunizando boas leituras w momentos de produção, análise, interpretação e reestruturação, transcendendo a prática do saber empírico, proporcionando o saber fazer que é a forma como o aluno adquire conhecimentos e constrói sua aprendizagem, desenvolvendo suas capacidades e potencialidades através do raciocínio.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. 5 Ed., São Paulo: Ática, 1995.

BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria Semiótica do Texto. 4 ed. , São Paulo: Ática, 1999.

MAROTE, João Teodoro D’Olim & FERRO, Gláucia D’Olim Marote. Didática da Língua Portuguesa. 10 ed., São Paulo: Ática, 1998.

BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? Um convite à pesquisa.2 ed., São Paulo: Parábola Editorial, 2001.




terça-feira, 20 de outubro de 2009

ATIVIDADE DA TP1, UNIDADE 3
Como trabalho da TP1, Unidade 3, optei pela sugestão oferecida na Seção 1, página 102, que propõe a transformação do texto abaixo numa notícia de jornal. A atividade foi desenvolvida com o 9º Ano, individualmente.


“Ela me contou o negócio do atropelamento…An… o menino ficou lá estendido…Cê
vê, em frente à escola e…diz que tinha uma porção de gente no portão. É. E ninguém fez
nada…absurdo, né? Mas diz que o motorista é filho de gente importante e que todo
mundo tem medo de dar a chapa do carro…não vão dizer que ele passou correndo
demais em frente da escola... Todo mundo ficou meio bobo, depois é que chamaram a
ambulância… Parece que o menino tá bem, graças a Deus. Na próxima reunião, vou lá,
ver se a gente começa uma campanha, pra envolver todo mundo, pra todo mundo
entender que tem de falar o que precisa falar… Imagina se fosse filho da gente…. Hem?
Que que cê acha?”
Iniciamos a aula fazendo a leitura do texto.
Em seguida, pedi para que eles identificassem as marcas da oralidade presentes no texto.
Fizemos comentários sobre essas marcas e como eliminá-las.
Pedi, então, para que transformassem o texto numa notícia de jornal.
No início, eles tiveram algumas dificuldades, mas aos poucos foram vencendo e os trabalhos ficaram bons.
A seguir estão alguns dos textos produzidos pelos alunos:


Menino é atropelado no bairro São Lourenço

Na última quinta-feira (27), no Bairro São Lourenço, Campo Verde, aconteceu um acidente. O menino João Pedro, de 12 anos, foi atropelado em frente à Escola São Lourenço por um Gol preto que se evadiu do local. Segundo alguns moradores que testemunharam o acidente, o motorista é menor e filho de gente influente da cidade.
João Pedro foi socorrido imediatamente e levado ao Hospital Coração de Jesus e, segundo o médico, dr. Jayme, passa bem.
Os moradores estão organizando campanhas preventivas para tentar diminuir o número de acidentes no local.
Texto da aluna Letícia Prevedello Scherer


Menino é atropelado em frente da escola

Jean Junior de Almeida, 12 anos, foi atropelado nesta sexta-feira, em frente à Escola Municipal Newton Alfredo de Aguiar, na zona sul de São Paulo. O atropelador estava num Corola preto, placa não identificada e fugiu do local sem prestar socorro ao menino. O resgate foi chamado para levar a vítima para o Hospital Santa Helena. De acordo com o médico, o garoto passa bem.
Segundo algumas testemunhas, o carro estava em alta velocidade e seu condutor, menor de idade, é filho de gente importante.
Os moradores da região ficaram chocados com o acidente e estão organizando uma campanha para tentar reduzir o número de acidentes naquele local.
Texto da aluna Rubia Mara Ângela da Silva

sábado, 12 de setembro de 2009

Reiniciando os trabalhos...





João Paulo, Bruno, André e Luciano (Da esquerda para a direita)

































Depois de um descanso merecido, retomamos os trabalhos do Gestar II. Nosso primeiro encontro do 2º semestre aconteceu no dia 06 de agosto, onde tivemos a oportunidade de trocar ideias sobre os registros nos blogs e sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos pelos cursistas. Foi bom rever a formadora e as colegas e trocar experiências.

Oportunidade para descobrir talentos

Para iniciar os trabalhos do 2º semestre começamos o estudo da TP1, que trata das variações linguísticas, linguagem coloquial, norma culta, entre outras coisas.
Como atividade de sala de aula, Avançando na Prática, escolhi a Unidade 1, Seção 1, que sugere a leitura dramatizada do texto Retrato de velho, das páginas 14 e 15. Escolhi para esse trabalho o 8º ano, por ser uma turma numerosa e composta por alguns alunos muito tímidos, com dificuldade de expressão e outros bastante desinibidos. Vi nessa atividade a oportunidade de mesclar esses alunos e fazer com que os mais tímidos se soltem, auxiliados pelos demais.
Iniciamos os trabalhos com a leitura do texto e com a interpretação sugerida na página 16 da TP. Comentamos o texto e, em seguida, corrigimos as atividades.
Pedi, então, para que formassem grupos de 6 alunos(as) e preparassem uma breve encenação do texto na sala de aula. Os grupos trabalharam na preparação da atividade, organizando o texto, separando algumas falas, modificando outras e fazendo um rápido ensaio. No dia seguinte, fizeram as apresentações.
Dos cinco grupos formados, dois não foram muito bem, devido à falta de alguns integrantes e por que os demais não se empenharam na atividade. Os outros três grupos saíram-se muito bem, apresentando de forma desinibida e arrancando risos dos demais alunos presentes. E três dos alunos considerados tímidos - João Paulo, André Luís e Luciano (ver foto dos quatro garotos) - fizeram a grande diferença no trabalho, expressando-se de maneira alegre e espontânea, surpreenderam a mim e aos demais alunos da turma, mostrando que, atividades simples como essa, podem minimizar problemas como a timidez e ajudar alunos a superar inclusive problemas de relacionamento.







sábado, 29 de agosto de 2009

APRENDER É A ÚNICA COISA
DE QUE A MENTE NUNCA SE CANSA,
NUNCA TEM MEDO
E NUNCA SE ARREPENDE. (CORA CORALINA)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mais um encontro...











Oencontro do dia 18 de julho foi muito proveitoso. Como sempre, a coordenadora Neuzeli iniciou a reunião oferecendo-nos uma linda mensagem: O trem da vida.
Passamos então a fazer os relatos dos estudos feitos e das atividades desenvolvidas com os alunos durante a semana.
Para essa socializaçaõ escolhi a proposta da Unidade 19, Seção 3, TP5, páginas 162 e 163, ou seja, a criação de uma história a partir de um tema dado.
Levei para sala de aula, impressas, as seguintes perguntas:
a) O que aconteceu?
b) Onde aconteceu?
c) Quando aconteceu?
d) Quem foram os envolvidos?
e) Qual foi o desfecho da história?
Separei a turma em duplas e trios, sugeri como tema para produção do texto uma discussão familiar por causa de notas baixas do(a) filho(a) na escola, e pedi para que cada dupla respondesse as perguntas que foram entregues imaginando uma situação de produção textual.
Recolhi as respostas, embaralhei e distribui novamente, de forma aleatória, entre as duplas. Pedi, então, para que cada dupla produzisse o texto, utilizando todas as respostas que possuía.
Num primeiro momento foi grande a confusão; os alunos reclamaram muito e alguns recusavam-se a escrever. Mas, depois de orientá-los e de esclarecer as várias dúvidas, os alunos escreveram e se divertiram muito tentando descobrir de quem eram as respostas que cada dupla possuía.
Os textos não foram reestruturados porque a atividade foi desenvolvida no último dia de aula antes das férias. Apesar disso, o resultado foi positivo, pois eles perceberam a importância da coerência entre os elementos de uma narrativa e do planejamento prévio de todos esses elementos numa produção textual.




segunda-feira, 27 de julho de 2009

Atividade com História em Quadrinhos

















Estou muito feliz em participar do GESTAR II; estou aprendendo muito e colocando em prática em sala de aula, o que é mais importante. O material é riquíssimo e os alunos gostam muito das atividades desenvolvidas.

No dia 09 de julho tivemos mais um encontro, no qual pude socializar a atividade que desenvolvi com meus alunos: recomposição de história em quadrinhos, Unidade 18, Seção 3, TP5.

Escolhi para essa atividade os alunos do 6º ano, pois alguns apresentam dificuldades na leitura e, principalmente, na escrita. Por ser uma atividade um tanto complexa, organizei a turma em duplas. Explique coesão e coerência, de maneira bem simples, dando exemplos práticos.

Fiz várias cópias de uma história em quadrinhos do Chico Bento, de Maurício de Souza, e recortei todos os quadrinhos, misturando-os. Entreguei para cada dupla um envelope contendo os recortes e pedi que montassem a história. A grande maioria dos grupos teve dificuldades na montagem pois a história apresentava três situações diferentes em que o personagem Chico Bento fazia cálculos sobre coisas corriqueiras em seu sítio. Isso exigia muita concentração dos alunos e, principalmente uma das partes, era mais difícil de ser montada. Por mais que os alunos se esforçassem, sempre sobrava um quadrinho. Tive que intervir muitas vezes, questionando a respeito desse quadrinho e incentivando-os a continuar tentando.
Quando todos conseguiram montar a história, pedi que a reescrevessem num texto narrativo.
Foi uma atividade complexa, mas por se tratar de uma história em quadrinhos, todos gostaram bastante e puderam perceber a importância da coerência num texto.






segunda-feira, 29 de junho de 2009

No dia 18 de junho de 2009, tivemos mais um encontro do GESTAR II, onde pudemos socializar nossas atividades com as colegas. Foi uma reunião muito proveitosa, com muitas trocas de experiências e atividades. Na oportunidade, pude expor às colegas a atividade que desenvolvi com meus alunos do 6º Ano da Escola Municipal João Ponce de Arruda, Agrovila. Essa atividade foi desenvolvida em conjunto com a Cintya, coordenadora da escola, que participa do curso como ouvinte. Trata-se do Avançando na prática da Unidade 15, Seção 2 da TP 4, porém aproveitamos algumas questões propostas nas páginas 78 e 79 da Seção 1 e criamos outras para aproveitar melhor o texto.
Optei por essa atividade porque quando trabalhei pontuação com os alunos dessa turma, percebi que não ficou clara a construção dos parágrafos. Os alunos ainda apresentavam dificuldades na organização das ideias e a atividade abordava justamente esse assunto.
No início da atividade, a grande maioria dos alunos demonstrou dificuldade, pois não estavam acostumados com tal gênero textual e, como o texto estava com os parágrafos embaralhados, a compreensão era mais difícil. Mas, lendo o texto várias vezes e descobrindo o primeiro parágrafo, a atividade começou a ficar interessante e eles começaram a montar o quebra-cabeça.
Durante o estudo do texto, alguns alunos falaram sobre viagens feitas para cidades como Rondonópolis, Cuiabá e algumas cidades do sul do Brasil, onde a poluição é grande e comentaram sobre as experiências vividas, sobre o contato com o ar poluído, sobre a água com gosto forte de cloro e sobre o barulho excessivo. Isso tornou o trabalho ainda mais interessante.
Abaixo está a atividade na íntegra.


O texto que vamos ler em seguida é do jornalista Luís Lobo e tem como título “Nossas Cidades”.
Podemos dizer que este texto é informativo, pois nos traz informações relevantes sobre: o processo respiratório; problemas respiratórios causados pela poluição e transtornos causados ao homem devido à poluição sonora – excesso de barulho.
Também pode ser considerado um texto de opinião crítica, pois faz comparações dos seres humanos com animais.


Nossas Cidades

Enjaulados, enquanto não fizermos desse zoológico um jardim mais verde, mais limpo, mais saudável, menos neurótico, a única solução é sairmos de vez em quando para respirar ar puro, beber água de verdade, ouvir o silêncio, sentir os cheiros da vida e reconquistar a tranquilidade perdida.
Você, por exemplo, respira de 20 mil a 30 mil vezes por dia, inspirando de cada vez mais ou menos meio litro de ar. Cerca de 30% desse ar enche 350 milhões de minúsculos compartimentos no pulmão, onde o sangue troca o venenoso dióxido de carbono por oxigênio, sem o qual a vida é impossível. Nas grandes cidades, o ar contém centenas de toxinas que prejudicam o desenvolvimento normal das células. Os gases que escapam dos veículos a gasolina, por exemplo, impedem a perfeita oxigenação do sangue e provocam alergias, doenças do coração e câncer. O monóxido de carbono é assimilado pelos glóbulos vermelhos 200 vezes mais depressa que o oxigênio. E o chumbo, derivado do tetraetileno de chumbo, é prejudicial acima de 100 milionésimos de grama por metro cúbico de ar, concentração que já existe em qualquer cidade de tamanho médio no Brasil.
Nossas cidades não são uma selva de asfalto e concreto; são enormes zoológicos humanos, onde vivemos em condições que não são naturais para a nossa espécie e onde corremos perigo também de enlouquecer de tensão, de adoecermos de civilização, pelo nariz, pela boca, pelos ouvidos.
É a água que bebemos? Os rios, principal fonte de água potável, são usados como canais de esgoto e despejo. A vida animal, na maior parte dos rios que abastecem as grandes cidades, já não existe, porque a vida é impossível, não está para peixe. Esse líquido clorado, recuperado, da nossa era higiênica tem pouca coisa a ver com a água potável, de nascente, digna de peixe e de homem. Estações de tratamento, filtros, toda a química disponível não consegue esconder que estamos bebendo um líquido que supre as nossas necessidades vitais, mas que é chamado água apenas por hábito.
Dor de cabeça, fadiga excessiva, nervosismo, distúrbios de equilíbrio, afecções cardíacas e vasculares, anemias, úlceras de estômago, distúrbios gastrintestinais, neuroses, distúrbios glandulares, curto-circuitos nervosos, tudo isso pode ser provocado pelo barulho das grandes cidades. E nem é preciso que seja barulho excessivo, porque, na maior parte das vezes, ele já é incomodo e contínuo.
Além disso, estamos ficando surdos. Em cada cem cariocas (ou paulistas, ou gaúchos), dez têm problemas de audição e cinco foram vítimas da poluição sonora. Hoje em dia há duas vezes mais pessoas surdas do que há dez anos, e a gente da cidade só ouve a partir de 36 decibéis, 10 na melhor hipótese, enquanto o homem do campo ouve ruídos de até 1 decibel.

LOBO, L. Turismo em foco. Ano IV, n. 19. p.19


GLOSSÁRIO
Afecção – doença.
Anemia – diminuição de hemoglobina do sangue, fraqueza, debilidade.
Decibel – unidade de medida da intensidade do som.
Dióxido de carbono – substância tóxica derivada do carbono.
Inspirar – fazer o ar entrar nos pulmões; oferecer uma base, um fundamento; criar disposição para determinada ação.
Monóxido de carbono – substância tóxica derivada do carbono.
Tensão – corrente elétrica; esticamento; rigidez; estado de ansiedade ou angústia, estresse.
Tetraetileno de chumbo – substância tóxica derivada do chumbo.
Toxina – substância tóxica segregada por seres vivos.



Ampliando o conhecimento:

1) O texto Nossas cidades apresenta os parágrafos desordenados, isto é fora da ordem em que foram escritos pelo jornalista Luís Lobo. Recorte os parágrafos e ordene-os, de forma que o texto tenha sentido.


2) Algumas palavras desse texto são polissêmicas, isto é: podem ter significados diferentes, conforme o contexto. Por exemplo: tensão e inspirar.

a) Indique o significado da palavra tensão, em cada uma das frases seguintes. Em seguida reescreva a frase utilizando o significado indicado. Não se esqueça de fazer as alterações necessárias!

O pessoal estava em silêncio, mas a tensão era evidente: alguma coisa estava por acontecer.
O funcionário da empresa morreu há pouco, eletrocutado por um cabo de alta tensão.
A tensão da corda era tal, que se romperia ao menor esforço.

b) Faça como no item anterior, porém a palavra a ser trabalhada é inspirar.

A novela foi inspirada no livro de Rubens Fonseca.

Nossa respiração tem dois movimentos: inspirar e expirar.
Pouca coisa o inspira, nesta etapa da vida.


3) O uso do parágrafo

A maioria dos textos é estruturado em parágrafos. Você sabe o que são parágrafos? E qual a sua função em um texto?
Os parágrafos dividem o texto em partes e servem para organizá-lo, mostrando a mudança de assunto dentro do mesmo.
Cada parágrafo começa afastado da margem, é iniciado com letra maiúscula, termina com um sinal de pontuação adequado para o tipo de frase que foi escrita. Agora que você já sabe o que é um parágrafo, indique abaixo a ideia central de cada um deles.

a) 1º parágrafo:
b) 2º parágrafo:

c) 3º parágrafo:

d) 4º parágrafo:

e) 5º parágrafo:

f) 6º parágrafo:

4) Depois de lido o texto “Nossas cidades” podemos dizer que a região onde moramos – Agrovila – assemelha-se as cidades descritas no texto?
Justifique sua resposta.


5) O autor prefere definir as nossas cidades como “zoológicos humanos”, e não como “selva de asfalto e concreto”. O que você acha que querem dizer as expressões “zoológicos humanos” e “selva de asfalto e concreto”?


6) Na questão anterior o autor usou aspas nas expressões: “zoológicos humanos” e “selva de asfalto e concreto”, explique o porquê do uso deste sinal de pontuação. Porém, para isso, leia com atenção a regra a seguir.

ASPAS: são usadas no início e no final de citações; para destacar palavras estrangeiras e gírias; para indicar a fala de pessoas, de personagens; ou ainda em palavras para destacar o seu sentido usado fora do habitual, normal.